quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Virgindade perdida



Isabel passeava pelas ruas, contemplando as montras e observando melancolicamente a sua imagem refletida nos vidros. Não era uma mulher que desse nas vistas, sabia-o bem. Os óculos de massa escura ocultavam os olhos de um azul água, o cabelo estava apanhado sem grande jeito, uma forma de domar os caracóis rebeldes, e as roupas largas disfarçavam as formas do seu corpo.

"Não és propriamente a Kate Moss", pensou, enquanto, com um suspiro, empurrava a porta da agência de publicidade onde trabalhava. 

Interiormente, acreditava que era um caso completamente perdido. Consolava-se ao conjeturar que não devia ser a única virgem de trinta anos no Planeta Terra. Deviam existir pelo menos mais duas como ela.
No exato minuto em que se sentou à secretária, a colega do lado perguntou em voz baixa: "Já viste o rapaz que entrou hoje?"

Isabel, com uma expressão de indiferença, retorquiu: "Não podes ver um homem!"

E prometeu a si própria mostrar-se imune à mais recente contratação da agência. Detestava a figura de parva que algumas mulheres faziam quando encontravam um homem atraente e recusava-se a juntar-se a esse número.

Nesse momento, uma voz grave fez-se ouvir atrás de si: "Será que me podes ajudar? Estou aqui desesperado à procura da máquina de café…"

Isabel ergueu os olhos azuis que pousaram num rosto moreno e atraente, emoldurado por um cabelo negro e ondulado. "Peço desculpa pela minha urgência, mas sou completamente viciado em café. Ainda nem sequer me apresentei. Sou o Vasco e tu..." "Chamo-me Isabel e a máquina de café é no fundo do corredor à esquerda", respondeu ligeiramente embaraçada. É que ele era mesmo atraente. E para ficar ainda mais embaraçada, Vasco disse-lhe: "Já tomaste café? Posso oferecer-te um? Afinal, é o meu primeiro dia aqui e não conheço ninguém?"

Espantada pela gentileza, Isabel aceitou acanhadamente e caminhou a seu lado até junto da máquina, sentindo-se observada por todas as colegas. Mas a conversa entre ambos acabou por fluir naturalmente, à medida que ele colocava questões sobre o funcionamento da agência. Por fim, regressaram aos seus lugares e Isabel descobriu que a secretária de Vasco ficava exatamente à frente, pelo que era impossível evitar contemplar o rosto atraente e o corpo elegante do colega.

A primeira semana passou, algumas palavras foram trocadas entre ambos e, por diversas vezes, a jovem apercebia-se do olhar de Vasco pousado em si. Até que, um dia, quando se preparava para sair, ele se aproximou e, discretamente, inquiriu: "Haveria possibilidade de aceitares jantar comigo?".

O espanto não permitiu que Isabel refletisse na resposta, porque, nesse instante, um "sim" soltou-se da boca.




Vasco levou-a a um restaurante agradável e dirigiu a conversa com bom humor e inteligência. Aos poucos, a atenção do colega e o efeito libidinoso do vinho exerceram o seu efeito. Isabel deixou de se achar feia e desinteressante e entregou-se ao prazer de estar ali, com um homem atraente e sedutor que simpatizava com ela.

No final da refeição, Vasco pegou-lhe na mão, dizendo: "Sabes que és uma mulher muito atraente? Se não escondesses os olhos por detrás dessas lentes, se soltasses o cabelo e te atravesses a usar outras roupas, todos olhavam para ti!".

Ela corou e remeteu-se a um silêncio acanhado, até que Vasco a arrastou para a rua, a puxou para si e a beijou com firmeza, não a deixando fugir, mesmo que ela tivesse tentado durante alguns segundos. Por fim entregou-se e durante alguns minutos, beijaram-se como se estivessem sozinhos no centro da grande cidade.

Por fim, com um sorriso terno, Vasco disse que a ia levar a casa. Todo o percurso conduziu em silêncio, dando espaço aos pensamentos da companheira. Mas, quando chegaram ao destino, a jovem ganhou coragem para obedecer ao seu desejo: "Queres subir e beber um café?"

‘Claro que sim’, responde com um sorriso. O coração de Isabel bateu mais depressa.

 Já na sala do seu pequeno apartamento, Vasco tentou novamente beijá-la mas Isabel afastou-o, levantando-se de um salto do sofá e dizendo com a voz a fugir: "Vou preparar qualquer coisa para bebermos". Era apenas a maneira de disfarçar o tremor que invadia o seu corpo e de arranjar tempo para interiorizar que estava em sua casa, com um homem e que ele a desejava como mulher. E agora? Tudo dependia de si. Estaria preparada para se entregar?

 Se durante tantos anos erguera um  muro à sua volta e não deixara ninguém aproximar-se. E quanto mais os anos passavam, mais complicado era libertar-se das suas inseguranças e da vergonha de nunca ter tido sexo na vida.

Voltou à sala com dois copos de vinho na mão e sentou-se no tapete, rodeada de almofadas, junto à lareira onde Vasco ateara um agradável fogo. "Sentes-te bem?", perguntou o rapaz, ao observar o rosto pálido de Isabel.

Nesse instante, ela tirou os óculos e, sem pensar, os seus lábios procuraram os dele com toda a sofreguidão que tinha encerrado dentro de si. Depois, despiu-lhe a camisa e, com a língua, explorou cada centímetro daqueles músculos definidos como uma escultura de bronze. Subjugado pelo desejo, Vasco soltou-lhe o cabelo, que caiu em cachos sobre os seus dedos, arrancou-lhe a camisola, desapertou-lhe o soutien e uns seios redondos expuseram-se inteiros perante si. "És perfeita" exclamou, enquanto, com a boca, desbravava sequiosamente os mamilos rosados como botões de rosa.

O corpo de Isabel tremeu em contacto com a língua quente de Vasco e deixou-se simplesmente arrastar pela magia do momento. Ele reclinou-a no tapete, despiu-a completamente e contemplou aquela pele de marfim, o recorte perfeito das ancas, a linha definida da cintura e a leve pelugem loira oculta entre as pernas. Incapaz de resistir a semelhante imagem, a sua língua vagueou perdido pelos recantos mais escondidos daquele corpo, até que se deitou sobre ela.

"Estás a tremer. O que se passa?", perguntou. Isabel limitou-se a rodear com os braços o tronco de Vasco e com as pernas envolveu a sua cintura. "Nada", disse, sentindo o pénis ereto roçar-lhe o clítoris, pronto para mergulhar inteiro e sedento dentro de si. Sentindo que a vagina de Isabel se oferecia húmida ao seu membro, Pedro entrou dentro dela, mexendo-se com perícia, demorando tempo a acariciar com os lábios as ondas suaves do pescoo e sugando com prazer aqueles seios cheios que se elevavam como duas colinas na sua direção. Com uma das mãos, passeava pelas nádegas e pelas coxas da parceira. "Quero-te dar muito prazer", sussurrou-lhe ao ouvido, à medida que os gemidos de Isabel subiam de tom, até que sentia que aquela vagina se contraia nos espasmos doces de um orgasmo. O seu pénis n‹o conseguiu resistir ao grito de volúpia que se soltava da parceira e Vasco entregou-se com ela nas ondas de um prazer sem limites.

Só depois de alguns momentos, Vasco se apercebeu que umas gotas de sangue manchavam os lençóis. "Foi a tua primeira vez". Com um sorriso, Isabel acenou que sim: "Foi. E quero mais". Com os líbios, comeou a acariciar-lhe o tronco, até que a boca alcançou o pénis que, de imediato, enrijeceu. Colocando o pénis na sua boca quente, deixou que a língua realizasse pequenas acrobacias em seu redor. Quando Vasco estava prestes a atingir o orgasmo, sentou-se em cima dele. Ele colocou as palmas das m‹os nas nádegas da parceira, pressionando-as com fora, enquanto Isabel se movia sobre ele. Até que, novamente, um orgasmo os arremessou. Por fim, o casal de amantes acabou por adormecer e s— despertou com os primeiros raios de sol.

Entre risos e brincadeiras, vestiram-se e saíram para o trabalho. Entraram discretamente, com alguns minutos de intervalo, sentaram-se na secretária e o dia correu igual a todos os outros. Mas a noite, essa, só a eles pertencia.




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