quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Atração versus razão



Entre a hipótese de perder o emprego ou a esperança de viver um grande amor, qual será a escolha de Susana?

A voz dela tinha o condão de irritar Susana. Que azar ter a chefe mais insuportável e chata de toda a empresa… E ainda por cima, embirrava com ela. Todos sabiam isso. Desde o primeiro dia de trabalho de Susana que se tornara no ódio de estimação da chefe. O motivo tinha um nome: Francisco!

Francisco era colega de Susana. Alto, moreno, elegante, atraía como um íman as atenções de quase todas as funcionárias da empresa. E Leonor, a chefe de Susana, não constituía excepção. Pelo que os colegas lhe foram revelando, ela percebeu que desde que Francisco entrara na empresa, há dois anos atrás, Leonor voltara para ele a sua atenção. Fizera tudo o que estava ao seu alcance para o seduzir, até acenar-lhe com a possibilidade de uma promoção.

- “Ela está habituada a ter os homens que quer”, contou a colega Sara a Susana, “e, por isso, quando percebeu que o Francisco não ia na conversa dela, ficou louca e passou a tratá-lo super mal e a qualquer rapariga que mereça a sua atenção.”

Ora, quando Susana chegou à empresa, tornou-se claro para todos que ela era essa rapariga. Talvez por causa da sua simpatia natural, da beleza do seu sorriso, dos longos cabelos castanhos encaracolados ou do nariz arrebitado, o certo é que prendeu de a atenção de Francisco. O rapaz apresentou-se e deu-lhe as boas vindas com a sua sedutora voz grave e, chegada a hora de almoço, fez questão de convidá-la. E ela aceitou, ainda sem reparar que os olhos da chefe estavam fixo nelas, despejando raiva.

Susana sentia-se bem com Francisco. Não foi preciso muito tempo para ter consciência disso. Mas rapidamente se apercebeu que, proporcionalmente à simpatia que tinham um pelo outro, crescia a antipatia de Leonor. O tratamento que esta lhe dava era óbvio para todos. Começaram os comentários e alguns colegas avisaram-na: “afasta-te do Francisco se queres manter este emprego”.E Susana queria muito. Tinha saído de casa dos pais graças a essa oportunidade. Arrendara um pequeno apartamento. Pela primeira vez na vida era financeiramente independente. Não podia correr o risco de ser despedida e de ter de bater novamente a casa dos pais. Só havia uma solução: afastar-se de Francisco.

Nessa altura, apercebeu-se que os seus sentimentos pelo jovem eram mais profundos do que pensava: deixar de beber com ele o primeiro café da manhã, deixar de almoçar com ele, perder as longas conversas em que a intimidade entre eles não parava de crescer, tudo isso lhe custava. Mas sabia que não tinha outra hipótese.

Com grande tristeza, no dia seguinte, quando Francisco se aproximou da sua mesa para a convidar para beber café, ela disse-lhe que não podia, sem sequer levantar os olhos do computador, tudo sob o olhar perscrutador de Leonor.

A cena repetiu-se ao almoço. Ao final do dia, ele perguntou-lhe baixinho se havia algum problema. Reunindo todas as suas forças, ela comentou: “claro que não, Francisco”.

Nos dois dias seguintes Susana manteve-se fiel a esta atitude. Francisco deixou por fim de se aproximar dela, mas era notória a tristeza que tudo aquilo que provocava. Leonor é que parecia ter acalmado na sua implicação com Susana.

Ao final do terceiro dia, quando Susana, já na rua, se dirigia para o seu automóvel, escutou passos atrás de si. Era Francisco que se aproximava. Ela parou enquanto ele lhe perguntava o que se passava… Para logo depois lhe confessar que estava apaixonada por ela. Nesse instante, todas as defesas de Susana ruíram por terra. Abraçaram-se, beijaram-se, ali, no meio da rua, enquanto ela lhe pedia desculpa por o ter tratado assim aqueles dias.

Foram para o apartamento dela, sem hesitar. Queriam estar juntos. Juntos com a urgência selvagem de existir um corpo a conhecer. Foi já no quarto que Francisco a despiu, para depois mergulhar a cabeça entre as suas pernas e, com a língua, penetrar na sua vagina e acariciar o seu clítoris. Na pele de Susana nasceram pequenas gotas de suor, à medida que um doce calor subia por entre as suas pernas. A sua vagina humedeceu e ela puxou-o para si, desapertou-lhe as calças e, com a mão, tocou o membro endurecido. A boca, húmida, quis tê-lo inteiro e assim, sem pudor, o pénis duro entrou inteiro dentro da sua boca. Francisco entrou dentro dela devagar, até ao momento em que o seu órgão estava inteiro dentro dela, para depois os movimentos se tornarem mais intensos, mais urgentes até partilharem o orgasmo. O primeiro de muitos, numa noite quente e inesquecivel.

No dia seguinte, chegaram juntos ao trabalho. Era óbvia a cumplicidade. Mas Susana tinha chegado a uma decisão: não era aquela mulher odiosa que a ia afastar de viver um grande amor. Mesmo que tivesse de pagar o preço...