terça-feira, 12 de março de 2013

Pantera Negra: 2 parte




Como era poderosa a sensação daquele homem a apertá-lo contra si. Agora, moviam-se ao mesmo ritmo. Não tinham ainda trocado uma só palavra. Não era hábito dançar com alguém de quem nem sequer sabia o nome. Mas não estava com muita vontade de perguntar. Era como se tudo isso não fosse mais do que um pormenor secundário no grande filme que estava a viver. Contemplou-lhe o rosto moreno. Os lábios carnudos. Foi dominada pelo estranho impulso de os beijar. Ardentemente.

Quando os lábios da jovem se colaram, sôfregos e ardentes, aos seus, Pedro julgou que sonhava. Que aquilo era uma cena que podia acontecer apenas nos seus sonhos. Jamais quando estava desperto. Mas logo a sua boca se esqueceu de pensar. Antes correspondeu àquele beijo, devorando com a sua língua a língua da desconhecida.

Que beijo! Graça estava excitada. Tinham de sair dali. Apetecia-lhe percorrer com as mãos o corpo dele. Queria ser sua. Era uma absoluta loucura, mas a vontade do corpo imponha-se a qualquer outra consideração. Pegou-lhe na mão. Conhecia bem a casa, que era da sua amiga Mónica. Conduziu-o pelo corredor até encontrarem uma porta que não estava trancada. Fecharam-na e ficaram sozinhos, inundados pela escuridão.

Apesar da surpresa, ao ver-se sozinho com aquela desconhecida num quarto, o impulso venceu a razão de Pedro. Beijaram-se. Ela estava encostada à parede, percorrendo com as mãos o seu peito, o seu rabo, o seu pénis. Como era voraz. Como Pedro gostava disso. Geralmente, sentia-se atraído por mulheres mais convencionais. Certinhas. Aquela revelava-se uma autêntica fera. Sem pudores, levantou-lhe o vestido. Com as mãos pressionou as nádegas firmes. Depois, o seu dedo procurou a vagina. Estava húmida.

Graça gemeu ao sentir o seu toque entre as pernas. Enrolou as pernas em redor das ancas dele. O pénis, completamente erecto, entrou dentro dela, como um animal esfomeado. Os corpos estavam suados. Os movimentos eram cada vez mais fortes. Um terrível e poderoso orgasmo apoderou-se de todo o seu ser e ela soube que o desconhecido a acompanhava.

Ficaram os dois em silêncio, arquejando, tentando acalmar os ritmos do coração. Ela acariciou-lhe os cabelos com a mão e roçou os lábios pelos dele, antes de se começar a arranjar. Pedro ficou imóvel, ainda submerso na emoção do momento. Viu-a vestir-se e sair do quarto sem uma palavra. Quando chegou à sala, procurou com os olhos para ver se a encontrava. Porém, ela tinha-se desvanecido no ar.

Graça saiu logo para o ar da rua. Precisava de respirar, de sentir a noite cair sobre o seu corpo para regressar à realidade. Um sorriso nasceu nos seus lábios. Que loucura fora aquela que se acometera de si aquela noite? Era óbvio que jamais se repetiria. Voltaria para casa onde a esperava o namorado, já adormecido. Regressaria à sua vida tranquila. Mas não podia deixar de sorrir ao recordar-se do que sucedera. Quem diria que existia uma pantera escondida dentro de si?

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